A síndrome do túnel do carpo é um dos problemas mais comuns que afetam as mãos. Sensação de dormência? Formigamento? Como saber se tenho a síndrome do túnel do carpo?
Na publicação de hoje, vamos explorar o que é essa condição, seus sintomas, diagnóstico, quem tem mais risco de desenvolvê-la, causas e os procedimentos médicos disponíveis, incluindo o tratamento clínico e o cirúrgico.
Se deseja saber mais sobre essa síndrome, acompanhe esse texto até o fim!
O que é a síndrome do túnel do carpo?
A síndrome do túnel do carpo é uma condição que afeta o nervo mediano no pulso ou no punho, causando sintomas como dor, formigamento e fraqueza nas mãos. Geralmente, ocorre quando há um aumento da pressão nessa área, conhecida como túnel do carpo.
O nervo mediano é responsável pela sensibilidade de grande parte da mão, incluindo o polegar, o dedo indicador, o dedo médio e parte do dedo anelar. Já a inervação do dedo mindinho é oriunda de outro nervo, chamado nervo ulnar, razão pela qual a dormência não afeta o dedinho.
Quais são os sintomas da síndrome do túnel do carpo?
Normalmente, os sintomas se iniciam de forma insidiosa. Os sintomas mais típicos são dor, formigamento e dormência na palma das mãos e nos dedos, principalmente à noite. Além disso, pode haver perda da força na mão afetada, levando à dificuldade de realizar algumas tarefas como segurar objetos e escrever.
Quando a síndrome do túnel do carpo é considerada grave, a musculatura de parte da mão pode atrofiar, sendo visível a perda da massa muscular próxima à região do polegar, chamada de eminência tenar.
Mas por que os sintomas são mais comuns à noite? Uma das explicações é que normalmente as pessoas dormem com seus punhos em posição de flexão, o que aumenta a pressão interna da região do túnel do carpo, intensificando os sintomas.
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Como confirmar o diagnóstico?
A etapa inicial envolve uma avaliação médica com o neurocirurgião ou o cirurgião de mão toda vez que houver sintomas sugestivos da síndrome do túnel do carpo.
O neurocirurgião pode realizar, no consultório, alguns testes para ajudar na confirmação do diagnóstico. Os mais comuns e clássicos são o sinal de Tinel – quando o neurocirurgião percute ou bate sobre a região do nervo mediano no punho causando uma sensação de choque que se espalha para os dedos da mão – e o teste de Phalen, no qual o paciente realiza um movimento de flexão dos punhos, empurrando um lado contra o outro. Indivíduos com a síndrome do túnel do carpo manifestam os sintomas em até um minuto.
Além disso, existe a possibilidade de serem realizados alguns exames diagnósticos como o ultrassom ou ultrassonografia do punho e um estudo funcional chamado eletroneuromiografia dos membros superiores. Esse segundo exame, além de confirmar o diagnóstico da síndrome, também consegue detalhar o nível de gravidade da doença.
É importante ressaltar que nem sempre toda dor na mão é sinônimo da síndrome do túnel do carpo. Existem outras doenças que podem levar a sintomas semelhantes, como:
- Tendinite de Quervain;
- Dedo em gatilho;
- Artrite
Quem tem mais risco de desenvolver a síndrome do túnel do carpo?
Indivíduos que realizam movimentos repetitivos das mãos, como digitação, trabalhos manuais ou videogame, têm maior risco. Essa síndrome é bem rara de surgir antes dos 20 anos, tornando-se mais comum com o envelhecimento. As mulheres são muito mais afetadas do que os homens.
Além disso, existem diversas doenças e condições que podem também favorecer o surgimento dos sintomas da síndrome do túnel do carpo, a saber:
- Diabetes;
- Gravidez;
- Hipotireoidismo;
- Alcoolismo;
- Artrite reumatoide;
- Gota;
- Hemodiálise
Quais as possíveis causas para a síndrome do túnel do carpo?
A causa mais comum ocorre quando há um estreitamento da região do túnel do carpo, situação em que há um aumento da pressão sobre o nervo mediano e os tendões dos músculos que passam por essa estrutura. Há um inchaço e edema nesse nervo, o que justifica os sintomas de dormência e formigamento nas mãos.
Como dito anteriormente, pessoas que estão expostas a trabalhos manuais repetitivos estão sob maior risco e, além disso, algumas doenças como diabetes e hipotireoidismo favorecem essas alterações na região do túnel do carpo.
Procedimento médico para a síndrome do túnel do carpo: entenda!
O que fazer quando alguém descobre que possui a síndrome do túnel do carpo? Qual o melhor tratamento para o túnel do carpo? Essas são dúvidas muito comuns.
Essa doença pode ser tratada de duas formas. A primeira opção é o tratamento conservador ou não cirúrgico, geralmente reservado para os casos mais leves.
Quando não há uma resposta satisfatória com o tratamento conservador ou os sintomas são mais intensos, o tratamento cirúrgico costuma ser indicado.
Tratamento clínico
O tratamento clínico ou não cirúrgico envolve repouso, correção de algumas atividades que são prejudiciais, sessões de fisioterapia, uso de órtese para síndrome do túnel do carpo (munhequeira), além da utilização de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios.
Tratamento cirúrgico
O tratamento cirúrgico envolve uma técnica realizada por meio de um pequeno corte na região do punho que permite a liberação da bainha fibrosa do túnel do carpo, descomprimindo o nervo mediano (neurólise).
Essa técnica também pode ser feita utilizando a endoscopia. Além disso, existem algumas modalidades como bloqueios anestésicos ou hidrodissecção que normalmente servem para alívio temporário até a cirurgia ser realizada de forma definitiva.
Quando é necessário operar a síndrome do túnel do carpo?
A decisão de realizar a cirurgia é individualizada, baseando-se na gravidade dos sintomas, na resposta aos tratamentos conservadores e no impacto na qualidade de vida do paciente.
A grande vantagem da cirurgia é oferecer um alívio rápido dos sintomas, já que o tratamento conservador costuma demorar um pouco até atingir resultados favoráveis.
Normalmente, nos casos leves, em que o incômodo não é tão incapacitante, o tratamento conservador pode ser indicado. Porém, nos casos moderados a graves, a cirurgia deve ser precocemente indicada, pois há um risco de lesão permanente do nervo mediano.
É muito frequente que as pessoas se apresentem com a síndrome do túnel do carpo em ambas as mãos. Nesses casos, realiza-se primeiramente a cirurgia na mão com mais sintomas e, depois de um período de recuperação, a segunda cirurgia na outra mão é executada.
O que pode acontecer se não operar?
Se não tratada, a síndrome do túnel do carpo pode levar a complicações, como atrofia muscular e perda de função da mão, com incapacidade de realizar atividades básicas como segurar um copo, um prato, dificuldade de abotoar camisas, além da perda da destreza para realizar atividades no trabalho.
Um dos objetivos do tratamento cirúrgico é prevenir danos permanentes e tentar recuperar a função do nervo mediano afetado.
Toda indicação de cirurgia pode gerar muitas dúvidas, apreensões e angústias. Se você está enfrentando sintomas compatíveis com a síndrome do túnel do carpo e deseja saber qual a melhor forma de tratamento, entre em contato com a equipe do Dr. Felipe Mendes. Estamos à disposição para realizar um atendimento atencioso, personalizado, focado no seu bem-estar e na recuperação da sua qualidade de vida.
Conclusão
Após a leitura desse artigo, você pode descobrir que a síndrome do túnel do carpo é uma condição muito frequente, principalmente em mulheres a partir dos 40 anos de idade, além de conhecer melhor os principais sintomas, as causas e as doenças mais frequentemente associadas a essa síndrome.
O lado positivo é que existem diferentes formas de tratamento, com resultados bastante satisfatórios, sendo a cirurgia reservada para os casos moderados a graves.
Espero que esse texto tenha respondido a todas suas dúvidas. Se conhece alguém que está passando por uma situação semelhante, não deixe de compartilhar.
Caso queira conhecer mais assuntos sobre a saúde do seu cérebro ou da sua coluna vertebral, acompanhe meu blog e descubra diversos conteúdos.
Até a próxima!
Dr. Felipe Mendes Ferreira, neurocirurgião e cirurgião de coluna, oferece um atendimento diferenciado, atencioso, focado na escuta e na compreensão do problema para propor soluções personalizadas em busca de melhor qualidade de vida para seus pacientes.
