O acidente vascular cerebral (AVC), por ser uma condição potencialmente muito grave, demanda que seus sintomas sejam identificados precocemente para permitir que as equipes médicas sejam acionadas o mais rápido possível com o objetivo de iniciar a investigação diagnóstica e o tratamento adequado, possibilitando uma recuperação satisfatória e com menor risco de sequelas.
O AVC é caracterizado pela interrupção abrupta da circulação sanguínea para partes do sistema nervoso quando há um entupimento ou ruptura de vasos cerebrais (artérias). Dessa forma, não há chegada de oxigênio e nutrientes para as células nervosas.
Neste artigo, o Dr. Felipe Mendes explica o que é AVC, quando é necessário operar e as características dessa doença tão temida e, infelizmente, tão frequente.
Além disso, demonstra quais hábitos podem ser adotados para prevenir o desenvolvimento do AVC, seja isquêmico ou hemorrágico.
Se deseja saber todas essas informações sobre o AVC, continue nesse artigo e tenha uma ótima leitura!
AVC: o que é?
O cérebro humano é uma região ricamente vascularizada devido à necessidade contínua de oxigênio e de outras substâncias essenciais para o seu metabolismo. Quando, por motivos variados, ocorre o rompimento ou entupimento dos vasos cerebrais, estabelece-se o AVC.
Como o oxigênio e os nutrientes não conseguem chegar a essas áreas afetadas do sistema nervoso, as células nervosas (neurônios), responsáveis por controlar todas as funções do corpo humano, morrem. Dessa forma, surgem os sintomas clássicos do AVC, como a dificuldade de se movimentar ou a perda da fala.
Por isso, o diagnóstico do AVC deve ser realizado o mais rápido possível, pois, hoje em dia, existem tratamentos que podem reverter as sequelas, porém precisam ser iniciados dentro de poucas horas do início dos sintomas. A tomografia computadorizada é o exame inicial fundamental para auxiliar no diagnóstico e no manejo do AVC.
Existem dois tipos principais de AVC: isquêmico e hemorrágico.
- Isquêmico: ocorre quando há obstrução de uma artéria cerebral por um depósito de gordura ou por um coágulo que chega a esse vaso sanguíneo vindo de outra artéria do corpo ou do coração.
- Hemorrágico: quando há o extravasamento de sangue para dentro do tecido cerebral devido à ruptura de um vaso cerebral, o exemplo mais comum é a ruptura causada por um aneurisma cerebral
Além disso, existe uma outra forma de apresentação chamada ataque isquêmico transitório (AIT). Nesse subtipo, ocorre o mesmo tipo de obstrução do AVC isquêmico, porém ela persiste apenas por alguns minutos, geralmente até 5 minutos, o que explica os sintomas serem temporários.
Contudo, o AIT pode ser um aviso de que um AVC pode ocorrer em um futuro próximo se não for estabelecido o cuidado adequado.
Como pode haver vários tipos, é importante entender e conhecer todas as formas de tratamento do AVC, quando é necessário operar e quando apenas o tratamento clínico é suficiente.
AVC: quando é necessário operar?
É importante que toda a população conheça os principais sintomas do AVC para que os serviços médicos de urgência, como o SAMU, sejam acionados imediatamente. Os sinais e sintomas mais comuns são:
- Dores de cabeça súbitas e de forte intensidade
- Perda da força em um lado do corpo
- Boca torta
- Dificuldade de falar
- Dormência ou formigamentos em um lado do corpo
- Perda do equilíbrio
- Dificuldade de caminhar
- Crises convulsivas
Ao ser realizado o atendimento inicial, a equipe médica, formada por neurologistas e neurocirurgiões, determina o tipo de AVC (isquêmico ou hemorrágico) e, a partir disso, o melhor tratamento é indicado.
Tratamento na Fase Aguda do AVC
O tratamento da fase aguda do AVC utiliza protocolos específicos a depender do tipo de AVC.
Quando o AVC é do Tipo Isquêmico
Após a estabilização do paciente, são realizados estudos com a tomografia computadorizada. Durante as primeiras quatro horas e meia desde o início dos sintomas, é possível utilizar um medicamento que “dissolve” o coágulo da artéria obstruída, chamado alteplase ou ativador do plasminogênio tecidual, restaurando, assim, o fluxo sanguíneo.
Para aqueles casos sem indicação de utilização dessa medicação, ou quando a obstrução é maior e mais grave, existe a possibilidade de realizar a trombectomia mecânica, uma técnica da neurocirurgia endovascular que pode ser feita em até 24 horas do início dos sintomas. Nesse procedimento, é inserido um cateter que tem o objetivo de remover mecanicamente, como um desentupidor, o coágulo causador da obstrução.
Infelizmente, em alguns casos, o AVC isquêmico pode ser muito extenso. Nessas situações, pode ser necessário realizar uma neurocirurgia chamada craniectomia descompressiva, técnica na qual parte da calota craniana (osso da cabeça) é retirada para tratar o edema cerebral.
Quando o AVC é do Tipo Hemorrágico
Em relação ao AVC hemorrágico, a primeira etapa também é a estabilização do paciente com o controle adequado da pressão arterial. Quando o sangramento é muito extenso, é indicada uma neurocirurgia para drenar o hematoma cerebral.
Em outros casos, pode haver uma interrupção do funcionamento adequado da drenagem do líquido cefalorraquidiano (líquor) causando hidrocefalia.
Nessa situação, o tratamento deve ser a colocação de uma válvula para drenar o excesso do líquor, seja temporária, chamada de derivação ventricular externa ou definitiva, chamada de derivação ventriculoperitoneal.
Quando a origem do sangramento é por conta da ruptura de um aneurisma cerebral, o melhor tratamento é a microcirurgia para clipagem do aneurisma, utilizando clipes metálicos para isolar essa ruptura do restante da circulação sanguínea.
Outra possibilidade de tratamento é a embolização do aneurisma realizada pela neurocirurgia endovascular.
Cuidados após a cirurgia de AVC: saiba quais são
Após um AVC, o indivíduo pode desenvolver quadros de incapacidade motora e sensitiva, além de prejuízos na fala, na linguagem, na cognição e no humor. Por isso, os cuidados devem ser personalizados e focados na reabilitação.
Algumas modificações no espaço da residência, assim como a criação de novos hábitos e rotinas de cuidado, podem facilitar esse período inicial de recuperação, por exemplo:
- Preparar a residência com barras de apoio, retirando, também, objetos que dificultam a circulação pela casa
- Estimular a reabilitação do indivíduo por meio do estímulo à movimentação do corpo, quando possível
- Acompanhar e auxiliar durante a higiene pessoal, intervindo quando necessário
- Administrar corretamente os medicamentos receitados, mantendo uma rotina e conferindo sempre a validade
Essas e outras medidas, integradas com os cuidados de fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional, possibilitam uma maior qualidade de vida durante o processo de reabilitação, incentivando aspectos como independência, elevação da autoestima e bem-estar.
Diferença entre Acidente Vascular Cerebral e Aneurisma Cerebral
O AVC é um termo mais amplo que engloba todo o tipo de insulto vascular do sistema nervoso, seja ele isquêmico ou hemorrágico.
Já o aneurisma cerebral é a dilatação anormal de uma porção enfraquecida da parede de alguma artéria cerebral. Quando esse aneurisma se rompe, ocorre um quadro de AVC hemorrágico. O aneurisma cerebral roto é uma das principais causas de AVC hemorrágico.
Atuação da Neurocirurgia no Tratamento de tumores cerebrais
Alguns tumores cerebrais, como o glioblastoma multiforme e as metástases de melanomas, também podem ser causas de AVC hemorrágico. Em alguns casos, esse diagnóstico pode ser difícil, sendo muitas vezes confirmado apenas durante a realização da neurocirurgia para tratamento do sangramento.
A partir de uma avaliação detalhada e cuidadosa de um neurocirurgião, situações como essas podem ser acompanhadas adequadamente, estabelecendo as melhores opções de tratamento para os tumores cerebrais.
Como evitar um AVC?
Alguns hábitos e comportamentos contribuem significativamente para a prevenção de possíveis quadros de AVC.
Adoção de hábitos de vida saudáveis
Manter hábitos saudáveis pode contribuir para a prevenção do AVC. Até 80% dos AVCs podem ser prevenidos com mudanças de estilo de vida.
Fatores que podem reduzir a chance de desenvolver um AVC são:
- Parar de fumar
- Controlar o diabetes
- Controlar a hipertensão (pressão alta)
- Controlar o colesterol alto
- Praticar atividades físicas
- Perder peso
- Reduzir o consumo de bebidas alcoólicas.
Conscientização sobre os fatores de risco e sinais de alerta
Conhecer e modificar os fatores de risco, além de saber identificar precocemente qualquer caso suspeito de AVC, são estratégias eficazes para diminuir a frequência desta doença e garantir o melhor tratamento para aqueles que têm o diagnóstico de AVC confirmado.
Por isso, é sempre bom reforçar os sinais e sintomas mais comuns do AVC, como destacado pelo Ministério da Saúde:
- fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo
- confusão mental
- alteração da fala ou da compreensão
- alteração na visão (em um ou ambos os olhos)
- alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar
- dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente.
O Dr. Felipe Mendes, neurocirurgião especialista em procedimentos cirúrgicos para AVC, oferece os melhores programas de tratamento, de modo personalizado, pensando em cada detalhe para que seus pacientes vivam de maneira saudável e com mais qualidade de vida.
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Conclusão
Neste artigo exclusivo, você aprendeu sobre o AVC, quando é necessário operar, os sintomas e os cuidados necessários quando, por motivos variados, ocorre o rompimento ou o entupimento de vasos sanguíneos no cérebro.
O AVC, tanto hemorrágico quanto o isquêmico, ocorre de forma súbita e pode piorar progressivamente, demandando uma intervenção precoce e ágil para garantir os melhores resultados.
No entanto, medidas simples, como alteração nos hábitos alimentares ou interrupção do tabagismo, podem contribuir expressivamente para a redução dos riscos de desenvolvimento do AVC.
O Dr. Felipe Mendes é neurocirurgião especialista em procedimentos neurocirúrgicos vasculares e técnicas minimamente invasivas. A partir de uma prática médica humanizada, com escuta ativa, procura os melhores programas de tratamento embasados pela ciência para seus pacientes, possibilitando maior qualidade de vida e bem-estar.
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Dr. Felipe Mendes Ferreira, neurocirurgião e cirurgião de coluna, oferece um atendimento diferenciado, atencioso, focado na escuta e na compreensão do problema para propor soluções personalizadas em busca de melhor qualidade de vida para seus pacientes.